1978 | Metalúrgicos do ABC
CONTEXTO
O 1º Congresso da Mulher Metalúrgica de São Bernardo e Diadema aconteceu nos dias 21 e 28 de janeiro de 1978, na sede do Sindicato. A idéia surgiu a partir de um debate suscitado pela Tribuna Metalúrgica, órgão informativo do Sindicato, sobre o que acontecia com as mulheres metalúrgicas nas fábricas da região.
Participaram pouco mais de 350 trabalhadoras, de 39 empresas. Na verdade, 800 mulheres inscreveram-se, mas diante de obstáculos impostos pelos patrões, segundo as quais, até ameaças de demissão para quem participasse do evento havia, o número de participantes caiu para menos da metade.
O evento foi pioneiro no gênero. Sem confundir-se com um movimento feminista, mas para integrar-se à vida sindical da categoria, as metalúrgicas trouxeram ao cenário nacional uma realidade até então desconhecida. A repressão e o descaso com os direitos das trabalhadoras puderam ser revelados a jornalistas, professores, sociólogos e trabalhadores de outras categorias que participaram do Congresso como convidados.
Dias antes, o próprio sindicato havia antecipado as diversas irregularidades que aconteciam nas fábricas de São Bernardo e de Diadema, durante a realização de uma conferência, em Brasília. O Ministro do Trabalho, Arnaldo Prieto, visivelmente constrangido, garantiu que iria verificar.
A crescente participação da mulher no setor escondia a diferenciação salarial entre homens e mulheres. Segundo pesquisas realizadas pelo DIEESE, durante o Congresso, verificou-se que 50% dos homens metalúrgicos recebiam o dobro do salário de 50% das mulheres metalúrgicas. Os salários das mulheres, por serem baixos, eram considerados como complementação salarial da família, além do tratamento discriminatório das chefias, exigências vexatórias por parte das empresas no uso dos sanitários, inadequação das creches e dos vestiários e inexistências de locais para refeições.
IMPRENSA SINDICAL
Tribuna Metalúrgica nº 44 01/12/1977
Pág. 8 - Sindicato apresenta Programa e Regulamento para a realização do I Congresso da Mulher Metalúrgica. Pág. 9 - Tese apresentada ao Congresso discute a alteração do trabalho da mulher e seus reflexos no contrato do trabalho.
Pág. 8 - Sindicato apresenta Programa e Regulamento para a realização do I Congresso da Mulher Metalúrgica. Pág. 9 - Tese apresentada ao Congresso discute a alteração do trabalho da mulher e seus reflexos no contrato do trabalho.
Tribuna Metalúrgica nº 45 01/02/1978
Pág. 8 - Das 800 metalúrgicas inscritas como delegadas ao Congresso, apenas 300 compareceram devido, principalmente, a pressão das chefias nos locais de trabalho. Pág.9 - Dentre as discussões do Congresso destacam-se as denúncias de assédio sexual nos locais de trabalho. Pág. 10 - Entre as principais conclusões do congresso está a criação de uma comissão junto à diretoria do Sindicato para analisar e propiciar a participação das mulheres nas atividades sindicais.
Pág. 8 - Das 800 metalúrgicas inscritas como delegadas ao Congresso, apenas 300 compareceram devido, principalmente, a pressão das chefias nos locais de trabalho. Pág.9 - Dentre as discussões do Congresso destacam-se as denúncias de assédio sexual nos locais de trabalho. Pág. 10 - Entre as principais conclusões do congresso está a criação de uma comissão junto à diretoria do Sindicato para analisar e propiciar a participação das mulheres nas atividades sindicais.
Disponível em: http://www.abcdeluta.org.br/materia.asp?id_CON=214